A história se repete. A ECT mais uma vez apresentou uma proposta vexatória na última rodada de reuniões da Campanha Salarial 2022/2023, realizada na terça-feira (12), com os representantes dos trabalhadores dos Correios. A Empresa continua fingindo que está negociando com o Comando Nacional de Greve, enquanto apresenta o seu pacote de maldades deixando de lado, como sempre, as reivindicações da categoria. Além da retirada de direitos, a ECT propôs um reajuste salarial de 20% sobre o IPCA acumulado nos últimos 12 meses, ou seja, se o IPCA fechar em 31 de julho em 12%, o aumento será de apenas 2,4% para uma inflação que já ultrapassou os 20% nos custos das mercadorias e serviços.
O pacote de maldades da empresa foi dividido em duas etapas. Na primeira apresentação, que tratou das contas da ECT, além de dizer que o lucro já obtido no primeiro semestre de 2022 dependia do aumento das vendas ao longo do ano, ainda ameaçou fazer mais cortes nos direitos dos trabalhadores para ajustar as contas. Na segunda apresentação, a ECT demonstrou que nem se deu o trabalho de analisar as reivindicações dos trabalhadores. Debochadamente, frisou apenas os custos, esquecendo que as cláusulas sociais fazem parte do histórico de lutas da categoria. De acordo com a FENTECT, “o tratamento desdenhoso da empresa foi ainda mais vergonhoso ao propor alterar cláusulas que foram estabelecidas na sentença normativa, suprimir direitos e onerar ainda mais os trabalhadores”. Vejam os principais ataques do pacote de maldades:
· Reajuste no Salário, de 20% do IPCA (aproximadamente 2,4%);
· NÃO reajuste nos benefícios (VA/VR);
· Exclusão da Cláusula 27 (Responsabilidade Civil em Acidente de Trânsito);
· Retirada da Entrega Matutina;
· Retirada da Homologação de Atestados Médicos;
· Controle Político partidário (proibição de manifestação política);
· Não emissão de CAT para Dirigentes Sindicais Liberados;
· Devolução dos custeios das despesas com CNH para os participantes do RI que desistirem da função no prazo de um ano.
· Implantação imediata do dimensionamento de carga, ou seja, mesmo feito de forma irregular, a empresa quer empurrar de qualquer maneira, reduzindo o número de carteiros em cada unidade;
· Restrição do registro das denúncias de casos de racismo, assédio moral e sexual (somente a vítima deve fazê-lo e por escrito na área de Relacionamento Organizacional).
Não vamos aceitar essas migalhas, iremos construir a maior greve da história dos Correios. Vamos começar lotando as assembleias do dia 21 de julho em todo o país. Os trabalhadores e trabalhadoras dos Correios merecem respeito, nenhum direito a menos!
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